CNI reduz para 2% previsão de crescimento da indústria em 2012

A previsão é do estudo Informe Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira, 12.04, que manteve em 3% para 2012 a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) fixada em dezembro, data da última versão do Informe

Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu de 2,3% para 2% sua estimativa de crescimento da indústria este ano, atribuindo a baixa performance do setor sobretudo a problemas estruturais. A previsão é do estudo Informe Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira, 12.04, que manteve em 3% para 2012 a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) fixada em dezembro, data da última versão do Informe.

“O PIB como um todo não deve acompanhar o industrial porque são boas as expectativas para outros setores, como a intensificação de obras de infraestrutura e o aumento do consumo”, explicou o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

De acordo com as previsões da CNI, a indústria de transformação crescerá apenas 1,5% em 2012 e não acompanhará a expansão do consumo no mercado interno, cujo crescimento para este ano está estimado em 4%, puxado especialmente pelas importações.

O Informe Conjuntural assinala que o Plano Brasil Maior resolve somente parte dos problemas da indústria. “São medidas emergenciais e necessárias para enfrentar o ambiente hostil produzido pela crise mundial, mas precisam estar em sintonia com uma estratégia de longo prazo”, enfatiza o documento.

‘É necessário, simultaneamente “ – complementa – “construir mecanismos de resposta ao desafio da inserção competitiva da indústria brasileira no mercado mundial, que exige ações de natureza ampla e estrutural”.

Para cima - A análise diz que a manutenção do forte crescimento no consumo das famílias deve ser puxado pelo aumento no ritmo de expansão da renda, influenciado pela alta de 14,1% no salário mínimo em 2012 frente a 2011. A CNI prevê que o ritmo de elevação dos empregos formais também pressionará os salários para cima. As estimativas da entidade são de que a taxa de desemprego caia de 5,9% no ano ado para 5,5% em 2012.

O estudo aponta um aumento dos investimentos diretos de 5,6% este ano na comparação com 2011, contra 5% estimados em dezembro. No ano ado, os investimentos se elevaram em 4,7%.

A CNI espera desaceleração na trajetória de aumento dos preços. A taxa de inflação, que foi de 6,5% em 2011, deve ficar em 5% este ano, contra 5,2% estimados em dezembro. Contudo, a taxa inflacionária ficará acima do centro da meta, de 4,5%.
Castelo Branco disse que os produtos industriais são os que mais contribuem para essa desaceleração. “O setor de serviços é o que ainda sustenta a trajetória de forte elevação dos preços, pois há três meses os preços de produtos industriais estão baixando”, pontuou ele.

A expectativa de redução do ritmo de crescimento da inflação fez com que a CNI revisse para baixo as projeções para a taxa básica de juros, de 10% ao ano na previsão de dezembro para 9%. Com a queda dos juros e o déficit público elevado – que, segundo prevê a CNI, ficará em 2,45% do PIB - a valorização do real deve se manter. A estimativa é de uma taxa cambial de R$ 1,80 durante o ano, patamar semelhante ao do fim de 2008.

Segundo o Informe Conjuntural, a valorização cambial continuará contribuindo para o maior crescimento das importações sobre as exportações. Se houver aumento moderado dos preços em 2012, as exportações atingirão US$ 275 bilhões, alta de 7,4% em relação a 2011. Já as importações totalizarão US$ 255 bilhões, expandindo-se de 12% mais sobre o ano ado. Com isso, o saldo comercial ficará menor que em 2011, atingindo US$ 20,8 bilhões, contra US$ 29,8 bilhões no ano ado.

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