A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reviu para baixo suas estimativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e do setor industrial para este ano. O Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira, 27 de setembro, prevê uma elevação do PIB de 1,5%, contra 2,1% no estudo do trimestre anterior, e estagnação da indústria como um todo, quando o Informe ado previra evolução de 1,6%. A indústria de transformação, calcula a CNI, registrará queda de 1,9% em 2012.
A CNI atribui à queda dos investimentos uma das principais causas do tímido comportamento do PIB. “O fraco desempenho do investimento, que será 1,5% menor do que no ano ado, está na raiz do baixo ritmo de expansão do PIB”, assinala o Informe Conjuntural. O estudo diz que a estagnação da atividade industrial, aliada a estoques elevados, é a razão para o declínio dos investimentos. Na composição do PIB, a CNI prevê crescimento de 2% tanto para a indústria extrativa quanto para a da construção.
“Há de fato sinais de recuperação da atividade industrial, detectados desde agosto, mas não é o suficiente, nestes meses que restam até o final do ano, para compensar a estagnação no primeiro semestre”, diagnostica o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
O Informe Conjuntural destaca que só em 2013 terão efeitos concretos as medidas de redução dos custos das empresas recentemente anunciadas pelo governo, como ampliação das desonerações da folha de pessoal, diminuição da tarifa de energia elétrica e um novo modelo de melhoria da infraestrutura, baseado nas concessões à iniciativa privada. Lembra que tais medidas indicam mudança na percepção da equipe econômica do governo sobre a estratégia de reativação da economia, antes centralizada no estímulo ao consumo. “A crescente importância que vem sendo dada ao esforço de redução do custo de produzir no Brasil é um reconhecimento do problema da competitividade dos produtos nacionais”, atesta o Informe Conjuntural.
De acordo com a CNI, tais medidas “são primordiais para a recuperação da confiança do empresário, em especial da indústria, com impactos diretos na propensão de investir”, que vê como “variável macroeconômica crítica” para o crescimento da economia do país. “A atual taxa de investimento (estimativa de 18,7% do PIB para 2012) é insuficiente para gerar um ritmo médio de crescimento entre 4% e 5%. Esse é o desafio para a economia brasileira”, enfatiza o Informe Conjuntural.
Ouça algumas análises de Renato da Fonseca, Gerente-Executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, sobre os resultados do Informe Conjuntural do 3º trimestre, clicando aqui.