Pela primeira vez desde abril de 2011, o nível de estoques da indústria brasileira ficou muito próximo do planejado pelos empresários. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado caiu 1,2 ponto em setembro na comparação com agosto e alcançou 50,6 pontos, informa a Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira, 23 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador varia de zero a cem. Valores acima de 50 indicam estoques acima do planejado pelos industriais.
“Essa é uma boa notícia. Com o aumento da demanda, o industrial poderá aumentar a atividade que está muito baixa por conta do longo período de estoques elevados”, avalia o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Com o reaquecimento da atividade industrial, o emprego se manterá e até pode crescer no médio e no longo prazo. Na medida em que a atividade for voltando aos níveis normais, haverá a retomada do investimento”, diz Azevedo.
De acordo com a Sondagem Industrial, setembro foi um mês difícil para a indústria. O índice de produção caiu para 47,1 pontos, o de utilização da capacidade instalada em relação ao usual recuou para 43,8 pontos e o do número de empregados ficou em 49,6 pontos. A situação foi ainda pior para as médias empresas. Nas indústrias desse porte, a produção caiu para 46,2 pontos, o número de empregados recuou para 47,9 pontos e a utilização da capacidade instalada em relação ao usual alcançou 42,6 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem. Valores abaixo de 50 são negativos.
EXPECTATIVAS PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES - A queda na produção em setembro reduziu o otimismo dos empresários, embora os indicadores permaneçam acima de 50 pontos, o que revela expectativas positivas. Em outubro, o índice de expectativa de demanda para os próximos seis meses caiu 2,9 pontos em relação a setembro e ficou em 56,9 pontos.
O índice de expectativa da quantidade exportada recuou de 52,6 pontos em setembro para 51,3 pontos em outubro. O indicador de expectativa de número de empregados nos próximos seis meses caiu de 51,8 pontos para 51,1 pontos em outubro, e o de compra de matérias-primas recuou de 55,9 pontos para 54 pontos no período.
A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de outubro, com 1.790 empresas, das quais 643 são pequenas, 683 são médias e 464 são de grande porte.
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