O atual ambiente de negócios foi debatido no Dia do Empresário da Indústria, evento promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), na noite desta quinta-feira (25), em Chapecó. O presidente da entidade, Glauco José Côrte, falou sobre o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que eliminaria a multa de 10% sobre o saldo do FGTS, e destacou que a Federação pedirá ao Congresso Nacional que derrube o veto da presidente. "A decisão mostrou a falta de sintonia do governo com uma reivindicação do setor produtivo", disse ele, para uma plateia 300 empresários e lideranças de sindicatos de indústria de Chapecó e região. O evento foi realizado em conjunto com a vice-presidência da FIESC para a região Oeste e com a CNI.
O presidente da FIESC destacou ainda será realizada mobilização em Brasília pela aprovação do projeto de lei que regulamenta a terceirização. "O projeto de lei da terceirização retira a insegurança jurídica que paira sobre o empregador", afirmou, lembrando que o projeto não mexe nos direitos dos trabalhadores.
Côrte também falou sobre a disposição dos empresários de investir apesar do momento econômico atual de perspectiva de baixo crescimento da economia. "Em todos os lugares que vamos o industrial não reclama da crise, mas das condições de logística, da carga tributária, da demora em autorizar licenciamentos", disse.
Os empresários Fernandes Andretta, da Perfiaço; Márcio Vaccaro, da Rafitec; e José Brill Wolff, da JBW Construções, contaram sua experiência como líderes sindicais. Eles, que em seus respectivos setores têm forte atuação, afirmaram que essas organizações são fundamentais para auxiliar as empresas em uma série de pleitos. "Os sindicatos são organizados como empresas", ressaltou Andretta, referindo-se ao nível de profissionalização que essas entidades atingiram. Muitos deles oferecem aos associados estrutura jurídica, espaço para capacitações, além de organizar missões a feiras.
Ainda durante o Dia do Empresário, o autor do livro "Assim nasce uma empresa", Vicente Sevilha, falou sobre a importância da gestão tributária. "Fortalecer os sindicatos é tão importante quanto se aproximar da estrutura tributária da empresa", salientou. Além disso, foram realizados encontros de negócio entre empresários, representantes de sindicatos de indústria e as entidades que compõem o Sistema FIESC (FIESC, CIESC, SESI, SENAI e IEL).
Manifesto: Antes do início do encontro, empresários e lideranças sindicais realizaram uma mobilização e apresentaram a Carta de Pleitos do Oeste de Santa Catarina ao governo federal, assinada por oito sindicatos de indústria e pela Associação Empresarial de Pinhalzinho (veja abaixo os nomes das entidades). Entre as reivindicações que constam no documento estão a solução imediata para melhoria na infraestrutura e na logística da região Oeste, principalmente na BR-282, principal via de escoamento da produção da região; reforma política e reforma judiciária, com metas de produtividade e redução nos prazos de tramitação dos processos.
O vice-presidente regional da FIESC, Waldemar Schmitz, afirmou que é pela força do associativismo que a indústria vai vencer desafios. "Conclamo a quem não é associado a se associar", afirmou, destacando que o Brasil precisa de mudanças para trilhar o caminho do desenvolvimento.
Entidades que am a carta:
Sindicato Da Indústria Madeireira e Moveleira Do Vale Do Uruguai
Sindicato das Indústrias Metalúrgica, Mecânicas e do Material Elétrico de Chapecó.
Sindicato da Indústria da Construção e de Artefatos de Concreto Armado do Oeste
Sindicato das Indústrias de Olaria de Cerâmicas Para Construção de Mármores e Granitos de Chapecó
Sindicato Das Indústrias Do Material Plástico e Artefato de Borracha do Oeste Catarinense
Sindicato da Construção Civil da Amai de Xanxerê
Sindicato Metal Mecânico e de Material Elétrico de Xanxerê
Sindicato da Indústria do Alimento do Oeste Catarinense
Associação Comercial e Industrial de Pinhalzinho