Líderes de mais de 40 sindicatos de indústria filiados à FIESC participaram da segunda edição do evento "mesa-redonda", encontro que estimula a troca de experiência com sindicatos do setor que atuam em outros Estados. O empresário Oscar Rache Ferreira, presidente do Sinditêxtil, de Pernambuco, afirmou que o associativismo fortalece, sobretudo, as empresas filiadas. "A função do sindicato é representar as indústrias e ajudá-las a serem mais competitivas", afirmou. O evento foi realizado pela FIESC, nesta quinta-feira (19), em Florianópolis.
Ferreira destacou em sua palestra os desafios das entidades que são: a defesa de interesses, a negociação coletiva e a prestação de serviços. Ele disse que a defesa de interesses abrange as ações que o sindicato, legitimamente, pode fazer para melhorar o ambiente de negócios. Em relação às negociações coletivas, o empresário lembrou que desde que se criou o sistema sindical brasileiro, é função dos sindicatos negociar com os trabalhadores. "Isso deve ser feito de maneira profissional, permanente e com respeito mútuo, com o objetivo de melhorar a vida do trabalhador ao mesmo tempo em que melhora a competitividade da empresa", ressaltou. Quanto à prestação de serviços, na opinião do especialista, os sindicatos podem atuar de forma efetiva para atrair mais empresas, especialmente as de micro, pequeno e médio portes. Ferreira apresentou o exemplo de um sindicato que compra insumos para um grupo de empresas de menor porte, o que resulta em redução de custo para cada uma delas na aquisição de matérias-primas. Outra entidade fechou acordos em que os associados conseguem descontos consideráveis na compra de equipamentos para o processo produtivo da empresa. Há sindicato que criou um banco de talentos em que mantém um cadastro com pessoas disponíveis para contratação. "A experiência prática está mostrando: o que mais atrai as empresas é a prestação de serviços. Ela sempre traz um benefício", concluiu.
"Queremos reafirmar nosso propósito de caminhar muito próximo dos sindicatos e colocar a FIESC e sua estrutura à disposição. A Federação existe para atender os sindicatos de indústria e a indústria", afirmou o presidente da entidade, Glauco José Côrte. Ele informou que a FIESC vai lançar uma campanha para valorizar os dirigentes e os sindicatos em função da importância e da força que essas entidades têm para o setor. "Vocês são a voz que canaliza as demandas do setor industrial. Precisam estar próximos da indústria para compreender as necessidades para que possamos prestar um serviço melhor aos sindicatos e à indústria", salientou. Côrte também falou das ações da FIESC pela melhoria da educação dos trabalhadores e dos investimentos em saúde e segurança com a finalidade de elevar a competitividade.
Mesa-redonda: nesta edição do encontro, os presidentes do Simec, do Ceará, Ricard Pereira Silveira, e do Simovale, de Chapecó, falaram de ações bem-sucedidas que beneficiaram as empresas e aumentaram a base de filiados. No caso do Simec, o pontapé inicial foi a capacitação por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), que resultou na elaboração de um planejamento estratégico. A partir disso, foi feito um trabalho que tornou a marca Simec conhecida na sociedade. "Hoje, as indústrias nos procuram. Querem ter a marca Simec associada às suas marcas", afirmou Silveira. Só com esta ação, o sindicato ou de 51 associados para 190. O orçamento anual que antes era de R$ 200 mil hoje está em R$ 1 milhão. Esse valor inclui a arrecadação com o compulsório, as mensalidades dos associados e a prestação de serviços.
O Simovale, que congrega as indústrias madeireira e moveleira do Vale do Uruguai, promove a Mercomóveis, exposição que promove os produtos fabricados por indústrias da região. "Isso fomenta o setor e mostra o que os associados estão produzindo", disse o presidente da entidade, Osni Verona. Nos últimos anos, o número de filiados saltou de 38 para 146.