Aumento dos estoques indesejados eleva a ociosidade na indústria, aponta Sondagem Industrial

O índice de evolução da produção ficou em 41,7 pontos e o de emprego baixou para 41,4 pontos no mês ado

O desempenho da indústria em maio foi marcado por queda na produção, excesso de estoques, demissões e ociosidade do parque fabril. O índice de evolução da produção ficou em 41,7 pontos e o de emprego baixou para 41,4 pontos no mês ado, informa a Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem. Quanto mais abaixo da linha divisória de 50 pontos, maior a queda da produção e do emprego. "A produção em queda é acompanhada de redução cada vez maior do emprego na indústria", avalia a CNI. 

O índice de evolução dos estoques em relação ao usual subiu para 52,4 pontos. O indicador está acima da linha divisória dos 50 pontos e isso mostra que as empresas estão acumulando estoques indesejados. O problema é maior para as grandes empresas, em que o indicador alcançou 56,7 pontos. 

Com a elevação dos estoques, a utilização média da capacidade instalada caiu um ponto percentual em relação a abril e atingiu 66%. "O percentual é cinco pontos percentuais inferior ao registrado há 12 meses", diz a pesquisa. 

EXPECTATIVAS E INVESTIMENTOS - Os empresários estão pessimistas em relação à melhora desse cenário no futuro próximo. Todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses ficaram abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que revela previsão de redução da produção, das exportações, das compras de matérias primas e do número de empregados. 

Diante disso, os industriais diminuíram ainda mais os planos de investimentos. O Índice de Intenção de Investimento caiu para 43 pontos em maio, o menor da série histórica, que começou em 2013. O indicador de maio é 1,2 ponto menor que o de abril e 9,9 pontos inferior ao de maio do ano ado. A intenção de investimento é menor nas pequenas empresas, segmento em que o indicador foi de 32,9 pontos, e maior nas grandes indústrias, em que o indicador alcançou 51 pontos.

O gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, fala sobre as medidas que precisam ser tomadas para mudar esse cenário. Ouça clicando aqui.

A Sondagem Industrial foi feita com 2.389 empresas entre 1º e 12 de junho. Dessas, 981 são pequenas, 853 são médias e 555 são de grande porte. 

SAIBA MAIS - e a página da Sondagem Industrial para todos os detalhes da publicação. 

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